top of page
Foto do escritorSimone Volpe Nobile Zanutto

Mundo pré-pandêmico x cenário pós-pandêmico e as tecnologias e ferramentas educacionais


Iniciei minha carreira docente em 2006, como professora de Língua Inglesa, na Rede Pública de Ensino, bem antes de sequer imaginarmos passar por um período tão conturbado quanto uma pandemia. Período esse, inclusive, que modificou totalmente nosso cotidiano, em todas as esferas, até mesmo na educação.

No início de minha carreira profissional, sequer imaginávamos trabalhar com tecnologias, com o uso de internet, jogos, plataformas, utilizávamos o material didático impresso e rádios, no meu caso, nas aulas de Inglês, e trechos de filmes, com toda a dificuldade em instalar e remanejar a televisão. O contato com os alunos era apenas em sala de aula e, com os pares, apenas na escola, em momentos de reuniões e estudos, nos intervalos. Nem se pensava e usava muito telefone móvel, apenas para ligações.

O tempo foi passando, tecnologias tornando-se presentes, sites de busca começaram a ser usados, conversa de whatsapp já tornou-se mais conhecida. Até que chegamos no ano de 2020 e, com ele, a tão temida e revolucionária pandemia do Covid-19.

Temida porque deixou o mundo em estado de alerta, não sabíamos como reagir, o que esperar, o medo tomando conta a cada dia. Revolucionária porque nos fez sair do lugar comum, nos fez aprendermos e nos adaptarmos a situações e coisas que jamais imaginávamos fazer, como exemplo as aulas online. Como assim!!! Usar computadores e internet em aula era algo pouco praticável e, de repente, tivemos que aprender a usar e ministrar aulas virtuais.

Nesse momento eu não estava em sala de aula, estou, desde 2019, atuando como professora formadora de Língua Inglesa aqui no Município de Ourinhos/SP, mas o desafio foi enorme também. Em contato direto com os professores, a todo instante, e principalmente naquele momento tão delicado, estive dando apoio, aprendendo com eles, pesquisando novas tecnologias, plataformas e maneiras de tornar a aula mais dinâmica e atrativa possível, pois, da noite para o dia, saímos da sala de aula, um contato direto com os alunos, no qual havia interação e diálogo, para um ambiente virtual, no qual não tínhamos contato físico e, muitas vezes, nem visual, pois as câmeras eram mantidas desligadas e áudios mudos.

Enfim, passamos por esse caos e mudanças ocorreram, tanto em nós, enquanto cidadãos, quanto nos ambientes de trabalho, nas escolas e, principalmente, em como atuar nestas. Hoje, não tem como negar que o mundo pós-pandêmico está totalmente diferente, pensando em termos tecnológicos. Mídias, tecnologias e novas ferramentas sempre e cada vez mais presentes mudaram o ritmo de nossas aulas, usamos mais os ambientes virtuais, as plataformas. Facilitou muito nosso trabalho, afinal, precisamos acompanhar o ritmo dos alunos cada vez mais antenados e tecnológicos. Porém, não podemos perder de vista o propósito primeiro da educação que seria preparar cidadãos críticos e empáticos, além da equidade no ensino. Não podemos deixar o fator tecnologia ser um excludente no ambiente escolar, devemos respeitar cada realidade, pois temos muitas famílias que não têm condições de acompanhar esse avanço, de suprir todas essas necessidades aos seus filhos. Assim, o professor, o livro, a caneta, a interação, o contato, ainda fazem, e muito, a diferença na vida de nossos alunos.







40 visualizações3 comentários

3 comentários


Daniele Ribeiro Pereira Alves
Daniele Ribeiro Pereira Alves
20 de mar.

Gostei muito do seu texto, Simone. Principalmente porque você tocou em um ponto que me preocupa bastante: como utilizar as ferramentas tecnológicas de que dispomos hoje em dia sem excluir os alunos que ainda não tem acesso a elas. Essa me parece uma questão muito pertinente a ser discutida sempre que possível já que, como você mesma disse, depois da pandemia o mundo está totalmente diferente, precisamos acompanhar o ritmo quase frenético das mudanças, mas não podemos esquecer dos princípios básicos da formação dos nossos alunos.

Curtir

Vania Santana Sales
Vania Santana Sales
14 de mar.

Simone, realmente a tecnologia não fazia parte da realidade de muitos alunos nas escolas. Inclusive na universidade, por isso muitos resistiam quando era perguntado se era a favor das aulas remotas. Também pelo distanciamento físico, não via como ter aproveitamento letivo naquelas condições.

Editado
Curtir

Izadora Damaceno
Izadora Damaceno
13 de mar.

Muito interessante sua maneira de descrever esse período que passamos. Sempre pego me imaginando como seria a minha prática docente hoje em dia se não tivéssemos passado por essa conturbada experiência... Acredito que evoluímos muito em questões do uso de tecnologia no ambiente escolar mas concordo quando você aponta que essa tecnologia pode causar uma exclusão, pois sabemos que em algumas escolas e famílias brasileiras, a tecnologia ainda é considerada um luxo. Por fim, devemos usar a tecnologia ao nosso favor porém não podemos deixá-la fazer o nosso trabalho!


Izadora A. Damaceno

Curtir
bottom of page